quarta-feira, 1 de junho de 2011

Presidente da CMTU de Londrina prestará depoimento ao Gaeco em investigação de irregularidades na CMTU

JORNAL DE LONDRINA, 1 de junho de 2011

Presidente da Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU), André Nadai, será o primeiro “nome de peso” da administração municipal a prestar depoimento. Segundo delegado do Gaeco, há indícios de fatos criminosos praticados dentro da CMTU


O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Londrina começará, na quinta-feira (2), a ouvir os depoimentos do inquérito aberto para apurar a segunda fase da Operação Antissepsia e que envolve possíveis irregularidades na Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU). O primeiro “nome de peso” da administração municipal a prestar depoimento será o presidente da CMTU, André Nadai.

Conforme o delegado Alan Flore, o novo inquérito tem como enfoque “outro fato criminoso sobre o qual existem indícios” e “apareceu durante as buscas na residência” de Nadai. Flore afirmou que no cumprimento do mandado de busca e apreensão, dois dias depois da deflagração da Operação Antissepsia, foram apreendidos documentos que sustentariam esses indícios.

Durante as buscas, também foram apreendidos R$ 29 mil em dinheiro na casa do presidente da CMTU, cuja procedência o Gaeco entende não ter sido comprovada.
Outra situação que veio à tona em decorrência dessas buscas foi a suposta tentativa do ex-procurador Fidélis Canguçu, associado a Bruno Valverde, do Instituto Atlântico, de comprar uma empresa da área ambiental instalada em Arapongas para disputar licitações do lixo em Londrina. Essa operação foi abortada com a deflagração da Antissepsia, o que significa que não foi consumada nenhuma irregularidade. Nadai afirmou que Canguçu fez um primeiro contato sobre a empresa de Arapongas, que teria um sistema de tratamento de chorume.

Operação Antissepsia

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) indiciou pelo menos 23 pessoas na Operação Antissepsia pelos crimes de formação de quadrilha, corrupção ativa e passiva e estelionato.. Na segunda-feira (30), o delegado Alan Flore disse que ao contrário do que os investigadores acreditavam, os institutos atuaram apenas algumas vezes juntos para defender os interesses das Oscips.

Contudo, o delegado preferiu não divulgar se haverá mais envolvidos e as medidas adotadas alegando que ainda é necessária “uma avaliação do Judiciário”. “Não seria uma medida específica, seria o reconhecimento da Justiça quanto à procedência delas [medidas]”, declarou.

Lobby e corrupção - Segundo o delegado, as investigações comprovaram que os ex-conselheiros municipais de Saúde Marcos Ratto e Joel Tadeu (que continua preso), que foram presos fizeram lobby para a contratação dos institutos Atlântico e Gálatas. Para isso, eles teriam recebido R$ 4.500 e R$ 15 mil, respectivamente.

Flore afirmou que o ex-procurador Fidélis Canguçu teria recebido pelo menos R$ 115 mil em propina. Seriam R$ 65 mil do Atlântico (um Ford Fusion, de R$ 45 mil, um Golf, de R$ 17 mil e R$ 3 mil em depósito na conta da esposa dele) e R$ 50 mil do Gálatas.

Parte do dinheiro desviado foi usada para o pagamento dessas propinas. O restante, de acordo com o delegado, foi usado “para o benefício dos diretores das Oscips”.

Os seis envolvidos que tiveram a prisão preventiva decretada: Fidélis Canguçu, Joel Tadeu, os contadores Flávio e Antonio Martins, Alessandro Martins e Juan Monastério, deverão continuar detidos. “Diante do respeito ao prazo, as prisões permanecem e a somente uma decisão da Justiça para libertá-los, mas acreditamos que ela deve perdurar”, afirmou Flore.

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