terça-feira, 24 de maio de 2011

Em almoço, Lula e senadores petistas avaliam que situação de Palocci ainda está sob controle

O GLOBO, 24 de maio de 2011

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva evitou falar, em público, sobre a situação do ministro Antonio Palocci, diante das suspeitas sobre o aumento substancial em seu patrimônio nos últimos quatro anos. Mas no almoço de mais de três horas com senadores do PT, nesta terça-feira, ele sugeriu que o partido siga unido na defesa "do companheiro Palocci", que ocupa um cargo muito importante, tanto para o governo quanto para o PT. No evento realizado na casa da senadora Gleisi Hoffmann e do ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, a avaliação de todos é também a de que a situação de Antonio Palocci ainda está sob controle. Lula e os senadores avaliam que ainda não surgiu nenhuma prova concreta que inviabilize a permanência de Palocci no governo.

Para o ex-presidente, o ministro não deve mesmo depor no Congresso, porque não há ilegalidade em suas atividades como consultor. Ele disse, ainda, que Palocci deve prestar esclarecimentos à Procuradoria-Geral da República. E quem levanta suspeitas contra ele é que tem que apresentar provas de que cometeu alguma ilegalidade.

Ao sair do encontro, o senador Paulo Paim (PT-RS) afirmou que vai caber aos acusadores apresentar uma prova cabal contra o ministro.
- A única coisa que senti na reunião é o entendimento de que não há nenhuma prova completa contra o Palocci, até este momento. A quem está acusando, cabe apresentar as provas - disse Paim.

Sobre a crise iniciada com o processo movido contra o ministro do Desenvolvimeto, Fernando Pimentel, acusado de improbidade administrativa, Paim acha que, como Lula, a presidente Dilma vai se sair bem.
- Quem atravessou tudo aquilo que o presidente Lula atravessou no início de seu governo... como ele, a presidente Dilma vai se sair muito bem. Denúncias contra este ou outro ministro vão ter que provar - afirmou.

A agenda oficial dos senadores petistas é a reforma política. Porém, como contornar o episódio Palocci também está no centro das discussões. O almoço ainda não terminou. Lula apareceu na varanda para a imprensa, mas ainda não falou.

Lula tem atuado como bombeiro para segurar os descontentes e a guerra de grupos dentro do partido. O ex-presidente chegou ao local acompanhado do ex-ministro Luiz Dulci e de sua secretária particular, Clara Ant. Ele foi o primeiro a chegar ao encontro no qual estão presentes os senadores Lindberg Faria (PT-RJ), Marta Suplicy (PT-SP), Wellington Dias (PT-PI), Eduardo Suplicy (PT-SP) e Paulo Paim (PT-SP). O buffet contratado para o almoço é o Renata La Porta, o mesmo que fez o banquete do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.

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