sexta-feira, 20 de maio de 2011

Investigação do Ministério Público em Londrina chega à CMTU

JORNAL DE LONDRINA, 20 de maio de 2011

Mandados de busca e apreensão foram cumpridos pelo Gaeco na companhia e na casa do presidente, André Nadai


Um mandado de busca e apreensão na Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU), a denúncia de um dos investigados de que a primeira-dama, Ana Laura Lino, teria recebido dinheiro da propina paga pelas duas Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscips) que mantêm contratos com a prefeitura movimentaram a quinta-feira e elevaram a temperatura política da crise aberta com a Operação Antissepsia. Para fechar o dia, a 3ª Vara Criminal de Londrina decretou as prisões preventivas de oito pessoas que já cumpriam mandados de prisão temporária (leia texto na página 7).

O Ministério Público investiga denúncias de irregularidades na relação entre os institutos Gálatas e Atlântico – que atuam na área da saúde – e agentes públicos. Os agentes públicos cobrariam propina dos institutos, que por sua vez, usariam notas fiscais falsas ou superfaturadas para simular serviços que não teriam sido prestados.

Chorume - Além da CMTU, onde as buscas foram feitas na presidência e no setor responsável pelo serviço de lixo, policiais do Gaeco cumpriram mandado de busca e apreensão na casa do presidente da empresa, André Nadai. Lá foram encontrados R$ 29 mil em dinheiro, guardados num envelope. Nadai disse que tem como comprovar a procedência desse dinheiro, que ficou apreendido, já que na avaliação do Gaeco, sua origem ainda não foi confirmada. Também foram apreendidos documentos e computadores na CMTU.

De acordo com o promotor Cláudio Esteves, essa é uma “nova vertente da investigação”. “Um agente público e um representante de Oscip teriam se aliado para comprar uma empresa da área ambiental para que ela prestasse serviços à CMTU”, explicou o promotor. Ele não confirmou os nomes, mas seriam o ex-procurador Fidélis Canguçu e Bruno Valverde, do Atlântico. Eles estariam comprando a Sanecon, da área ambiental. A empresa seria comprada por R$ 40 mil, mas o negócio não foi fechado porque os cheques foram sustados.

Nadai afirmou que Canguçu o apresentou a um dos representantes da empresa, que ofereceu um sistema de tratamento de chorume. O MP avalia que a negociação não foi adiante porque a Operação Antissepsia foi deflagrada.

Primeira-dama - O nome da primeira-dama, Ana Laura Lino, surgiu num depoimento de Marcos Ratto, membro do Conselho Municipal de Saúde, que teve a prisão preventiva decretada ontem. De acordo com o advogado dele, Petrônio Cardoso, “o papel de maior importância” no suposto esquema de irregularidades seria o da primeira-dama. “Ela geriu e insistiu para que membros do Conselho de Saúde aprovassem a contratação do Instituto Atlântico”, declarou Cardoso. Ele afirmou que a contratação do Atlântico seria uma “exigência dela [Ana Laura], através de uma pessoa que articulou o esquema todo, que seria o Rui de Curitiba”. O advogado não deu o nome completo de Rui.

Conforme Cardoso, “a primeira-dama, apesar de não ser secretária era quem mandava e manda no sistema de saúde pública de Londrina”.

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