segunda-feira, 23 de maio de 2011

Câmara de Campinas aprova comissão para investigar prefeito

ESTADÃO ONLINE, 23 de maio de 2011

Por unanimidade, vereadores votaram pela formação de Comissão Processante que, após 90 dias, colocará em votação o impeachement de Hélio de Oliveira Santos


Os vereadores de Campinas aprovaram por unanimidade a formação de uma Comissão Processante para apurar as ações do prefeito Helio de Oliveira Santos (PDT), o Dr. Hélio, em sessão ordinária nesta segunda feira (23). Foram 33 votos pelo sim, quando seriam necessárias somente 17 assinaturas. A decisão surpreendeu até os vereadores da oposição, já que o prefeito dispunha de grande maioria como base aliada de seu governo. Após 90 dias de trabalhos, a Comissão Processante põe em votação o impeachment (afastamento) do prefeito Santos.

A votação da CP foi acompanhada por uma plenária com cerca de 600 pessoas dentro da Casa e outras mil pessoas do lado de fora. A cada voto favorável a platéia aplaudia e gritava. Foi pedido o reforço da Guarda Municipal e um telão para quem estava na rua. Boa parte dos presentes era composta por funcionários publicos que estão em greve há 12 dias. Eles pedem 15% de aumento e a administração propõe 7,3%.

O pedido de uma comissão processante foi proposta pelo vereador Artus Orsi (PSDB) tendo como base os acontecimentos que culminara no mandato de prisão temporária por cinco dias de 20 empresários e agentes publicos apontados pelo Ministério Publico por envolvimento em corrupção e fraudes em licitações em contratos de serviço de empresas terceirizadas na Sanasa (Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento).

No último dia 20, o Ministério Público e a Corregedoria da Policia Civil prenderam onze pessoas. Outras nove pessoas foram consideradas foragidas dentre elas o vice prefeito Demétrio Vilagra (PT) e os secretários municipais Carlos Henrique Pinto (segurança) e Francisco de Lagos (comunicações). A primeira dama e chefe do gabinete, Rosely Nassim Jorge Santos, também investigada pelo MP, obteve um habeas corpus preventivo.

A defesa dos acusados denunciam "terrorismo judicial" contra seus clientes. Segundo o advogado Augusto Arruda Botelho, "a ordem de prisão expedida na sexta-feira foi uma tentativa de desestabilizar as pessoas detidas e dificultar o trabalho dos advogados". No sábado, 22, nota assinada por partidos aliados da administração (PC do B, PDT, PT, PMDB, PSD, PPS, PTB, PRP e PSC) afirma que "não há vinculo do prefeito com as investigações".

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