quinta-feira, 26 de maio de 2011

Vice-prefeito de Campinas é preso ao desembarcar em SP

G1, 26 de maio de 2011

Ele é suspeito de envolvimento em fraudes em contratos públicos.
Demétrio Vilagra (PT) não quis falar no aeroporto, mas nega relação com fraudes.


O vice-prefeito de Campinas, Demétrio Vilagra (PT), foi preso no início da noite desta quinta-feira (26) ao desembaracar no Aeroporto Internacional de Guarulhos, na Grande São Paulo. Vilagra era considerado foragido da Justiça desde sexta-feira (20). Ele é suspeito de envolvimento em um esquema de fraudes em contratos públicos investigado pelo Ministério Público. Vilagra estava em uma viagem de férias na Espanha e está na lista das 20 pessoas que tiveram a prisão temporária decretada pela Justiça a pedido da Promotoria.

Assim que soube da decretação da prisão, o vice-prefeito afirmou por meio de um microblog que planejava antecipar a viagem, mas depois corrigiu a informação por meio dos advogados de defesa dizendo que estava em um grupo de excursão e, por isso, não ia voltar antes.
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Na quarta-feira (25), o advogado do vice, Ralph Tórtima Stettinger, entrou com pedido de revogação da prisão temporária na 3ª Vara Criminal de Campinas. O pedido foi negado pelo juiz Nelson Augusto Bernardes.

Segundo o Ministério Público, as prisões são necessárias pois há indícios de que os suspeitos estavam se articulando para dificultar as investigações sobre fraudes em licitações e contratos públicos.

Ao desembarcar no aeroporto, o vice-prefeito foi questionado se tinha algo a declarar e respondeu: "Apenas à Justiça". Ele negou envolvimento em qualquer tipo de fraude.

O ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu (PT), disse que acredita não haver nenhum envolvimento do vice-prefeito no esquema. Afirmou ainda que confia em toda a lisura do processo que está sendo investigado pelo Ministério Público.

De acordo com o advogado do vice-prefeito, os documentos apresentados não são suficientes para ligar Demétrio Vilagra às fraudes investigadas pelo Ministério Público.


Número de presos durante
operação em Campinas chega
a 11, diz polícia

A operação da Corregedoria da Polícia Civil e de promotores públicos realizada nesta sexta-feira (20) em Campinas, a 93 km da capital paulista, havia prendido 11 pessoas até as 17h30 – outras nove estavam foragidas -, segundo informações de Roveraldo Bataglini, titular da 2ª Corregedoria da Polícia Civil da cidade. As investigações estão relacionadas a possíveis fraudes em contratos públicos, incluindo a Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento (Sanasa).

Cerca de 120 policiais cercaram a Prefeitura durante a manhã. Promotores cumpriram mandados de busca e apreensão no prédio. Computadores, dinheiro e documentos foram apreendidos durante a operação. Em Vinhedo, na casa de dois suspeitos, a polícia diz ter encontrado armas em situação irregular. Estão detidos funcionários e ex-funcionários da Sanasa e empresários. Empresários e integrantes da administração pública estavam sendo investigados desde setembro por causa de supostas fraudes em contratos.
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Entre os considerados foragidos, estão o vice-prefeito da cidade, Demétrio Vilagra, e dois secretários municipais. O advogado de defesa de Vilagra disse em entrevista coletiva na manhã desta sexta-feira (20), na Câmara dos Vereadores, que seu cliente não está foragido. Pedro Maciel afirmou que o vice-prefeito está há uma semana em uma viagem de férias na Europa e já está empenhado a remarcar a passagem de volta, que estava prevista para a próxima semana. Maciel falou que desconhece qualquer envolvimento do vice-prefeito com o esquema de corrupção denunciado pelo Ministério Público.

A assessoria de imprensa da Prefeitura de Campinas informou, às 10h20 desta sexta, que também está acompanhando as investigações e que, por enquanto, não vai se pronunciar.

Comissão - O presidente da Câmara Municipal de Campinas, Pedro Serafim (PDT), anunciou na manhã desta sexta-feira (20) a criação de uma comissão formada por três vereadores para acompanhar as investigações. Foram nomeados para a comissão os vereadores Luis Yabiku (PDT), Professor Alberto (DEM) e Artur Orsi (PSDB). Segundo Serafim, não foi possível criar uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar o caso porque o regimento da Câmara de Campinas prevê que somente três CPIs podem estar em funcionamento ao mesmo tempo.

Serafim ressaltou em entrevista à imprensa nesta manhã que não recebeu informações oficiais do Ministério Público sobre a operação e que, por enquanto, não há nada que envolva o prefeito Hélio de Oliveira Santos (PDT). A comissão formada em sessão extraordinária nesta sexta ainda precisa ser levada a plenário para ser formalizada, o que deve ocorrer na segunda-feira (23). “Como existiu, informalmente, essa decisão da Câmara, acredito que não vai haver problemas na formalização”, disse Serafim.


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