terça-feira, 17 de maio de 2011

Mais um envolvido em esquema de desvio de dinheiro da Saúde em Londrina se apresenta no Gaeco

JORNAL DE LONDRINA, 17 de maio de 2011

Alessandro Martins, que é filho do contador Flávio Martins, preso na segunda, se apresentou nesta manhã. Eles prestavam serviços para os institutos Gálatas e Atlântico


Na manhã desta terça-feira (17), se apresentou ao Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) Alessandro Martins. Ele é mais um suspeito de participar do suposto esquema de desvio de recursos da área da saúde em Londrina envolvendo as Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscips) Atlântico e Gálatas. Martins estava com mandado de prisão em aberto. Ele tem cargo comissionado em uma das inspetorias no Tribunal de Contas do Estado (TCE).

Alessandro chegou à sede do Gaeco acompanhado do advogado. Martins é filho de Flávio Martins e sobrinho de Antônio Carlos Martins, contadores que prestavam serviços para os institutos Gálatas e Atlântico e que foram presos na tarde de segunda-feira (16).

Um mandado de prisão ainda continua em aberto. Na segunda, o empresário Juan Monastério também foi preso. Ele estava foragido desde o início da Operação Antissepsia.

Monastério se apresentou acompanhado pelo advogado, André Cunha, que é o mesmo que defende os representantes do Instituto Gálatas. Ele saiu do Gaeco para o Centro de Detenção e Ressocialização (CDR). Em entrevista coletiva, o advogado afirmou que seu cliente é consultor do Gálatas, assim como prestou consultoria para o Ciap – alvo da Operação Parceria, deflagrada pela Polícia Federal (PF) em maio do ano passado, na qual o próprio Monastério foi preso.

Sindicância

A Secretaria de Saúde de Londrina abriu uma sindicância, na segunda-feira (16), para investigar uma denúncia envolvendo uma servidora municipal. O objetivo é apurar se ela estaria envolvida no suposto esquema de desvio de recursos da área da saúde em Londrina envolvendo as Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscips) Atlântico e Gálatas e investigado pela Operação Antissepsia, do Gaeco.

Sem citar o nome da servidora e qual o cargo que ocupava, o diretor-executivo da Secretaria de Saúde, Márcio Nishida, afirmou que a denúncia chegou por e-mail e foi formalizada na Corregedoria da Prefeitura na segunda. Como se trata de um processo de sindicância, a funcionária foi afastava preventivamente.

Ele também não quis comentar o teor da denúncia e qual seria o envolvimento da funcionária público no esquema de desvio de recursos. O diretor-executivo afirmou que o sigilo é necessário para preservar a servidora, caso a denúncia não seja comprovada. No entanto, ela pode ser exonerada do quadro público.

A operação - A Operação Antissepsia foi deflagrada em 10 maio depois de o Ministério Público receber denúncias de um suposto esquema de desvio de recursos da área da saúde envolvendo os institutos Atlântico e Gálatas. O ex-procurador Geral do Município, Fidélis Canguçu, e mais 14 pessoas foram presas. Canguçu foi exonerado do cargo depois do anúncio da prisão. Quatro dos presos foram liberados no mesmo dia após fazer acordo.

Foram apreendidos R$ 20 mil em dinheiro com Canguçu, além de três armas e diversos documentos na Procuradoria, no prédio da Prefeitura e nos institutos. Ao todo, 30 mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Londrina, Cambé, Arapongas, Bela Vista do Paraíso e Jataizinho.

A investigação começou há quatro meses, por conta de denúncias de empresários que teriam sido procurados para dar notas fiscais frias para justificar serviços prestados pelas Oscips.

O papel de Fidélis Canguçu no esquema seria o de fazer a abordagem aos institutos para cobrar a propina. A moeda de troca para receber a propina seria a liberação dos pagamentos dos valores pelos serviços prestados. Um dos institutos teria pago em torno de R$ 120 mil de propina a Canguçu.

Na última sexta-feira (13), a Justiça atendeu ao requerimento do Ministério Público e prorrogou a prisão temporária de nove suspeitos. Gláucia Chiararia e Sílvio Luz Rodrigues, do Instituto Gálatas, foram soltos. Com a prisão de Juan Monastério e de outras duas pessoas que prestavam serviços aos institutos investigados, subiu para 12 o número de pessoas que continuam presas.

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