JORNAL DE LONDRINA, 9 de maio de 2011
Secretaria de Saúde confirmou nesta segunda a quarta morte pela doença. Número de casos já ultrapassam 6,2 mil
Os números da epidemia de dengue registrada este ano em Londrina devem bater um triste recorde. Desde o começo do ano, já foram confirmados 6.287 casos e quatro mortes. As projeções apontam que a cidade deve superar os registros da pior epidemia enfrentada, em 2003, quando foram contabilizados 7.432 casos e duas mortes. A mesma situação não deve se repetir no Paraná, que registrou a pior epidemia no ano passado, com mais de 33 mil casos e 15 mortes. Até agora, o estado confirmou 18.214 casos da doença e 14 óbitos.
De acordo com o boletim epidemiológico divulgado nesta segunda-feira (9) pela Secretaria Municipal de Saúde, Londrina notificou neste ano 11.881 casos suspeitos, descartou 3,4 mil e ainda faltam 2.194 para serem analisados. A previsão é que a Secretaria conclua todas as análises dentro de um mês. Somente na última semana, foram confirmados 380 novos casos da doença. Se mantida a média, em três semanas a cidade registrará a pior epidemia de sua história.
Das quatro mortes, a última vítima foi uma mulher de 64 anos, que ficou internada no Hospital Universitário (HU) por mais de dois meses. A diretora de epidemiologia da Secretaria de Saúde, Sandra Caldeira, informou que a mulher deu entrada no HU com sintomas de Febre Hemorrágica da Dengue. Ela teve uma série de complicações, a mais grave foi uma encefalite, que a levou a óbito em 27 de abril.
Sandra explicou que o número de mortes por dengue deve aumentar a cada epidemia. “Quanto mais o tempo passa, mais as pessoas se contaminam e são reinfectadas”, afirma. A possibilidade de a doença se agravar aumenta quando a vítima contrai o vírus pela segunda vez. “Aumenta o risco de casos graves e o número de mortes cresce a cada ano”, justificou.
O médico infectologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz em São Paulo, Stefan Cunha Ujvari, não concorda com essa avaliação. Segundo ele, quando uma pessoa contrai dengue pela segunda vez, é maior o risco de desenvolver complicações pela doença, mas isso não quer dizer que a mortalidade também vai aumentar.
O infectologista explicou que, quando uma pessoa contrai um tipo de vírus da dengue, ela tem uma pequena chance de ter a forma complicada da doença, como a febre hemorrágica ou o choque pela dengue. Depois de curada, a pessoa cria anticorpos que impedem o organismo de contrair o mesmo sorotipo, mas não o protege contra outros tipos – a dengue possui quatro diferentes sorotipos.
“Quando ela fica doente pela segunda vez, os anticorpos ajudam a aumentar a chance de ter complicações”, afirmou. Mesmo assim, os riscos não são muito grandes. Ele informou que se uma população inteira de determinada região teve dengue, numa nova epidemia, a chance de ter formas complicadas aumenta. “Mas isso não quer dizer que a mortalidade vai aumentar. Depende do diagnóstico precoce e do tratamento mais rápido”.
Na avaliação de Ujvari, a principal forma de combate à doença é manter campanhas de prevenção para que a população tome conta do quintal das próprias casas. Ele disse que o mosquito se prolifera muito rápido e dificilmente será eliminado com a crescente urbanização e quantidade de lixo presente nas cidades.
Média de notificações cai para 300 - Apesar de o número de confirmações da doença crescer a cada semana, a média de notificações já é bem menor que a registrada durante o pico da epidemia em fevereiro, de 1,2 mil casos por semana. “Estamos com uma média de 300 notificações”, informou Sandra Caldeira.
A diretora de epidemiologia disse que todas as regiões da cidade têm notificado uma quantidade semelhante de casos. Com relação às confirmações, a região leste, que foi o centro da epidemia este ano, registrou o maior número de casos (2.300), seguida das regiões norte (1.126), oeste (1.008), sul (960), centro (853) e zona rural (40).
Paraná - Quatorze pessoas já morreram de dengue no Paraná em 2011, contabilizados os casos até a última sexta-feira (6). Os números são do relatório de acompanhamento da evolução da doença, divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) nesta segunda (9). O Paraná já notificou 49.589 casos suspeitos da doença, confirmou 18.214 e descartou 13.153.
Ao contrário do que ocorre em Londrina, o Paraná não deve repetir a mais grave epidemia já registrada no estado, no ano passado, quando mais de 33 mil casos e 15 mortes pela doença foram confirmados. Segundo o superintendente de Vigilância da Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), Sezifredo Paz, a tendência a partir de agora é de diminuição da infestação.
Ele lembrou que a atual epidemia teve início no final de 2010 em alguns municípios, ano em que o ciclo da doença não foi interrompido. “Queremos estruturar os serviços para romper esse ciclo endêmico da doença”.
De acordo com o novo boletim epidemiológico, 90% dos casos confirmados se concentram nas Regionais de Saúde de Foz do Iguaçu, Londrina, Cornélio Procópio e Jacarezinho. Segundo o relatório, 18.222 casos suspeitos permanecem em investigação.
Secretaria de Saúde confirmou nesta segunda a quarta morte pela doença. Número de casos já ultrapassam 6,2 mil
Os números da epidemia de dengue registrada este ano em Londrina devem bater um triste recorde. Desde o começo do ano, já foram confirmados 6.287 casos e quatro mortes. As projeções apontam que a cidade deve superar os registros da pior epidemia enfrentada, em 2003, quando foram contabilizados 7.432 casos e duas mortes. A mesma situação não deve se repetir no Paraná, que registrou a pior epidemia no ano passado, com mais de 33 mil casos e 15 mortes. Até agora, o estado confirmou 18.214 casos da doença e 14 óbitos.
De acordo com o boletim epidemiológico divulgado nesta segunda-feira (9) pela Secretaria Municipal de Saúde, Londrina notificou neste ano 11.881 casos suspeitos, descartou 3,4 mil e ainda faltam 2.194 para serem analisados. A previsão é que a Secretaria conclua todas as análises dentro de um mês. Somente na última semana, foram confirmados 380 novos casos da doença. Se mantida a média, em três semanas a cidade registrará a pior epidemia de sua história.
90% dos casos confirmados
se concentram nas Regionais
de Saúde de Foz do Iguaçu, Londrina,
Cornélio Procópio e Jacarezinho
se concentram nas Regionais
de Saúde de Foz do Iguaçu, Londrina,
Cornélio Procópio e Jacarezinho
Das quatro mortes, a última vítima foi uma mulher de 64 anos, que ficou internada no Hospital Universitário (HU) por mais de dois meses. A diretora de epidemiologia da Secretaria de Saúde, Sandra Caldeira, informou que a mulher deu entrada no HU com sintomas de Febre Hemorrágica da Dengue. Ela teve uma série de complicações, a mais grave foi uma encefalite, que a levou a óbito em 27 de abril.
Sandra explicou que o número de mortes por dengue deve aumentar a cada epidemia. “Quanto mais o tempo passa, mais as pessoas se contaminam e são reinfectadas”, afirma. A possibilidade de a doença se agravar aumenta quando a vítima contrai o vírus pela segunda vez. “Aumenta o risco de casos graves e o número de mortes cresce a cada ano”, justificou.
O médico infectologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz em São Paulo, Stefan Cunha Ujvari, não concorda com essa avaliação. Segundo ele, quando uma pessoa contrai dengue pela segunda vez, é maior o risco de desenvolver complicações pela doença, mas isso não quer dizer que a mortalidade também vai aumentar.
O infectologista explicou que, quando uma pessoa contrai um tipo de vírus da dengue, ela tem uma pequena chance de ter a forma complicada da doença, como a febre hemorrágica ou o choque pela dengue. Depois de curada, a pessoa cria anticorpos que impedem o organismo de contrair o mesmo sorotipo, mas não o protege contra outros tipos – a dengue possui quatro diferentes sorotipos.
“Quando ela fica doente pela segunda vez, os anticorpos ajudam a aumentar a chance de ter complicações”, afirmou. Mesmo assim, os riscos não são muito grandes. Ele informou que se uma população inteira de determinada região teve dengue, numa nova epidemia, a chance de ter formas complicadas aumenta. “Mas isso não quer dizer que a mortalidade vai aumentar. Depende do diagnóstico precoce e do tratamento mais rápido”.
Na avaliação de Ujvari, a principal forma de combate à doença é manter campanhas de prevenção para que a população tome conta do quintal das próprias casas. Ele disse que o mosquito se prolifera muito rápido e dificilmente será eliminado com a crescente urbanização e quantidade de lixo presente nas cidades.
Média de notificações cai para 300 - Apesar de o número de confirmações da doença crescer a cada semana, a média de notificações já é bem menor que a registrada durante o pico da epidemia em fevereiro, de 1,2 mil casos por semana. “Estamos com uma média de 300 notificações”, informou Sandra Caldeira.
A diretora de epidemiologia disse que todas as regiões da cidade têm notificado uma quantidade semelhante de casos. Com relação às confirmações, a região leste, que foi o centro da epidemia este ano, registrou o maior número de casos (2.300), seguida das regiões norte (1.126), oeste (1.008), sul (960), centro (853) e zona rural (40).
Paraná - Quatorze pessoas já morreram de dengue no Paraná em 2011, contabilizados os casos até a última sexta-feira (6). Os números são do relatório de acompanhamento da evolução da doença, divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) nesta segunda (9). O Paraná já notificou 49.589 casos suspeitos da doença, confirmou 18.214 e descartou 13.153.
Ao contrário do que ocorre em Londrina, o Paraná não deve repetir a mais grave epidemia já registrada no estado, no ano passado, quando mais de 33 mil casos e 15 mortes pela doença foram confirmados. Segundo o superintendente de Vigilância da Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), Sezifredo Paz, a tendência a partir de agora é de diminuição da infestação.
Ele lembrou que a atual epidemia teve início no final de 2010 em alguns municípios, ano em que o ciclo da doença não foi interrompido. “Queremos estruturar os serviços para romper esse ciclo endêmico da doença”.
De acordo com o novo boletim epidemiológico, 90% dos casos confirmados se concentram nas Regionais de Saúde de Foz do Iguaçu, Londrina, Cornélio Procópio e Jacarezinho. Segundo o relatório, 18.222 casos suspeitos permanecem em investigação.
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