quarta-feira, 20 de abril de 2011

Metade das cidades-sede da Copa tem obras atrasadas, diz ministro

G1, 20 de abril de 2011

Ministro das Cidades disse que será preciso trabalhar em tempo integral para "avançar". "Única certeza que temos é que a data da Copa não pode ser adiada", afirmou



O ministro das Cidades, Mario Negromonte, disse nesta quarta-feira (20) que seis das 12 cidades brasileiras que irão sediar a Copa do Mundo de 2014 estão com obras necessárias ao campeonato atrasadas. “Nossa parte [da União] é mobilidade urbana e vamos ter que ter a responsabilidade de levar o torcedor até a catacra. São 12 capitais sedes da Copa. Boa parte está com problema. Eu diria meia dúzia”, disse, durante cerimônia de formatura de novos diplomatas, no Itamaraty.

Negromonte admitiu ainda que será preciso aumentar o ritmo de trabalho para concluir todas as obras que viabilizarão o mundial. “Nós estamos monitorando essas obras, mas muitas têm problemas jurídicos, ambientais, problemas de licitação. Tem gargalos que estamos desobstruindo. Depois que iniciar essas obras, vamos ter que trabalhar de manhã, de tarde e de noite para avançarmos", afirmou.

Segundo o ministro, a “única certeza” do governo é a de que a Copa tem data certa para ser realizada. “Existe uma preocupação de que não vai trazer prejuízo para o andamento das obras. A única certeza que temos é que a data da Copa não pode ser adiada".

Ele defendeu a flexibilização das regras de licitação para acelerar a concretização dos projetos necessários ao campeonato. “Temos que diminuir esses gargalos e simplificar normativas, procedimentos e a burocracia para que possamos avançar”, disse.

Negromonte negou que desburocratizar o processo de licitação possa encarecer obras e facilitar irregularidades. “Pode-se simplificar sem perder de vista a lisura e o padrão de seriedade e de ética. Queremos a obra pronta sem passar por cima das leis. O Ministério Público, o Tribunal de Contas da União e a Controladoria-Geral da União vão fiscalizar”, defendeu.

Um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), divulgado na semana passada, apontou que ao menos 9 dos 13 aeroportos brasileiros que estão em obras para a Copa de 2014 não devem estar prontos a tempo de receber o evento.


Obras estão com atraso de um ano, diz
sindicato de arquitetura e engenharia

ESTADÃO ONLINE, 19 de abril de 2011

O Brasil está pelo menos um ano atrasado na organização da Copa do Mundo de 2014, disse o presidente nacional do Sindicato da Arquitetura e da Engenharia (Sinaenco), João Alberto Viol. A afirmação foi feita na tarde desta terça-feira (19), durante audiência pública da Comissão de Turismo e Desporto da Câmara dos Deputados, em Brasília, no mesmo dia em que o governo federal criticou a análise do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) de que as obras estão atrasadas.

"Estamos a 38 meses da Copa do Mundo e a 26 meses da Copa das Confederações (em 2013). Há tempo, mas é escasso. Os cronogramas já estão sem as gorduras, sem os espaços necessários, riscos podem existir, desde períodos chuvosos, greves operárias, problemas com licenças ambientais", afirmou Viol. "Faltou planejamento, já se passaram 41 meses desde que o Brasil foi homologado (como sede). Estamos pelo menos um ano atrasados", completou.

Segundo ele, a primeira postura dos organizadores deveria ser reconhecer o atraso e ajustar os cronogramas, "uma vez que não há folgas frente a imprevistos e obstáculos". Para o presidente do Sinaenco, também é preciso identificar os riscos que podem atrasar ainda mais as obras e decidir "rapidamente" as pendências. "Temos de trabalhar para que o Brasil seja vitrine, não vidraça", comentou.

Na semana passada, estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) informou que, dos 13 aeroportos brasileiros que receberão investimentos para modernização e aumento de capacidade, nove não ficarão prontos a tempo da Copa de 2014.

Na última segunda-feira (18), o Tribunal de Contas da União (TCU) trouxe à tona mais uma vez os atrasos nos preparativos do Mundial em aeroportos, mobilidade urbana e estádios. No entanto, para o ministro Valmir Campelo, relator dos processos sobre o assunto no tribunal, "não é o caso ainda de luz vermelha".


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