O ESTADO DE S. PAULO, 26 de abril de 2011
À noite, o filho do senador devolveu o equipamento com a memória apagada; em 2004, o então governador torceu o dedo de um jornalista
Irritado com uma pergunta sobre a aposentadoria que recebe como ex-governador, o senador Roberto Requião (PMDB-PR) arrancou o gravador das mãos do repórter da Rádio Bandeirantes que o entrevistava sobre a crise financeira de seu Estado e a mordomia questionada na Justiça. Ao tomar o aparelho, o senador diz duas vezes: "Já pensou em apanhar?".
No decorrer da entrevista, realizada no plenário do Senado, em vez de responder, o senador puxou o gravador das mãos do repórter. Depois, entrou no Twitter e se vangloriou do episódio: "Acabo de ficar com o gravador de um provocador engraçadinho. Numa boa, vou deletá-lo".
À noite, Requião pôs a íntegra da gravação em seu site e continuou tuitando sobre o caso. É possível ouvir o momento em que o senador toma o gravador, pergunta se o repórter "pensou em apanhar" e diz: "Me dá isso aqui. Não vai desligar mais p... nenhuma. Vou ficar com isso aqui".
Procurada pelo repórter, a Polícia Legislativa alegou não ter competência para tratar do caso, que deveria ser encaminhado à Corregedoria da Casa. Só que o cargo de corregedor está vago.
O secretário de Comunicação do Senado, jornalista Fernando César Mesquita, pediu a Requião que devolvesse o cartão de memória do gravador. O aparelho foi devolvido pelo filho do senador, com a gravação apagada.
Diante da agressão, o comitê de imprensa do Senado decidiu representar contra o senador na Mesa Diretora. "Só na ditadura é que eu presenciei fatos tão ridículos como este", lamentou o presidente do comitê, jornalista Fábio Marçal.
Reincidente. Não é a primeira vez que o senador tem problemas com jornalistas. Durante sua administração como governador do Paraná ele fez campanha publicitária contra veículos de imprensa, xingou jornalistas e chegou a agredir um repórter em uma viagem a Centenário do Sul. Na ocasião, em 2004, Requião torceu o dedo de um jornalista que insistiu em uma pergunta e só parou diante do protesto de outros repórteres.
Mas as brigas do ex-governador não se restringem à imprensa. Durante a campanha eleitoral, em 2010, ele e o deputado federal Rubens Bueno (PPS-PR) trocaram agressões em Campo Mourão, no interior do Paraná. Requião provocou Bueno dizendo que quando era governador muita gente vinha recebê-lo e que agora só tinha "gentinha" no aeroporto. Bueno, que estava no aeroporto à espera de Beto Richa (PSDB), partiu para cima de Requião e os dois trocaram socos.
Também no ano passado, o ex-governador se envolveu em uma briga em Pontal do Paraná com o então diretor comercial do porto de Paranaguá, João Batista Lopes dos Santos. Na ocasião, ele levou dois tapas do diretor depois de xingar Orlando Pessuti (PMDB), seu sucessor no governo paranaense.
À noite, o filho do senador devolveu o equipamento com a memória apagada; em 2004, o então governador torceu o dedo de um jornalista
Irritado com uma pergunta sobre a aposentadoria que recebe como ex-governador, o senador Roberto Requião (PMDB-PR) arrancou o gravador das mãos do repórter da Rádio Bandeirantes que o entrevistava sobre a crise financeira de seu Estado e a mordomia questionada na Justiça. Ao tomar o aparelho, o senador diz duas vezes: "Já pensou em apanhar?".
No decorrer da entrevista, realizada no plenário do Senado, em vez de responder, o senador puxou o gravador das mãos do repórter. Depois, entrou no Twitter e se vangloriou do episódio: "Acabo de ficar com o gravador de um provocador engraçadinho. Numa boa, vou deletá-lo".
À noite, Requião pôs a íntegra da gravação em seu site e continuou tuitando sobre o caso. É possível ouvir o momento em que o senador toma o gravador, pergunta se o repórter "pensou em apanhar" e diz: "Me dá isso aqui. Não vai desligar mais p... nenhuma. Vou ficar com isso aqui".
Procurada pelo repórter, a Polícia Legislativa alegou não ter competência para tratar do caso, que deveria ser encaminhado à Corregedoria da Casa. Só que o cargo de corregedor está vago.
O secretário de Comunicação do Senado, jornalista Fernando César Mesquita, pediu a Requião que devolvesse o cartão de memória do gravador. O aparelho foi devolvido pelo filho do senador, com a gravação apagada.
Diante da agressão, o comitê de imprensa do Senado decidiu representar contra o senador na Mesa Diretora. "Só na ditadura é que eu presenciei fatos tão ridículos como este", lamentou o presidente do comitê, jornalista Fábio Marçal.
Reincidente. Não é a primeira vez que o senador tem problemas com jornalistas. Durante sua administração como governador do Paraná ele fez campanha publicitária contra veículos de imprensa, xingou jornalistas e chegou a agredir um repórter em uma viagem a Centenário do Sul. Na ocasião, em 2004, Requião torceu o dedo de um jornalista que insistiu em uma pergunta e só parou diante do protesto de outros repórteres.
Mas as brigas do ex-governador não se restringem à imprensa. Durante a campanha eleitoral, em 2010, ele e o deputado federal Rubens Bueno (PPS-PR) trocaram agressões em Campo Mourão, no interior do Paraná. Requião provocou Bueno dizendo que quando era governador muita gente vinha recebê-lo e que agora só tinha "gentinha" no aeroporto. Bueno, que estava no aeroporto à espera de Beto Richa (PSDB), partiu para cima de Requião e os dois trocaram socos.
Também no ano passado, o ex-governador se envolveu em uma briga em Pontal do Paraná com o então diretor comercial do porto de Paranaguá, João Batista Lopes dos Santos. Na ocasião, ele levou dois tapas do diretor depois de xingar Orlando Pessuti (PMDB), seu sucessor no governo paranaense.
Representação por quebra de
decoro contra Requião é protocolada
GAZETA DO POVO, Blog Conexão Brasília, 26 de abril de 2011
O Comitê de Imprensa do Senado e o Sindicato dos Jornalistas do Distrito Federal protocolaram há pouco uma representação por quebra de decoro parlamentar contra o senador Roberto Requião. Ontem, ele tomou o gravador das mãos de um repórter que o entrevistava porque não gostou de uma pergunta sobre a aposentadoria de R$ 24,1 mil que recebe como ex-governador.
O documento foi entregue à secretária-geral Cláudia Lyra. Ela vai repassar a demanda ao presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). Ele e a mesa diretora vão decidir se o processo será encaminhado ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar.
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