quarta-feira, 13 de abril de 2011

Cornélio Procópio é a cidade paranaense com maior índice de mortes de motociclistas no trânsito

AGÊNCIA BRASIL, 13 de abril de 2011

A pesquisa do Mapa da Violência 2011 coloca Cornélio Procópio na 18ª posição no índice de óbitos de motociclistas. Maringá possui o 45º maior índice de óbito de pedestres de todo o Brasil



Em dez anos, o número de motociclistas mortos em acidentes de trânsito aumentou 754%. De acordo com complemento do estudo Mapa da Violência 2011, divulgado hoje (13) pelo Instituto Sangari, em 1998 foram 1.047 mortes de motociclistas no país. Em 2008, esse número subiu para 8.939 mortes.

Cornélio Procópio aparece nos índices como a cidade paranaense com maior índice de óbitos de motociclistas do Paraná, ficando com a 18ª posição em todo o Brasil.

O pesquisador responsável pelo estudo, Julio Jacobo, atribui o aumento da mortalidade de motociclistas ao crescimento da frota na última década, que foi de 368,8%. "Há 30 anos, as motos representavam uma parcela praticamente insignificante do total de veículos. Era visto como um artigo de luxo e era inacessível à população. A partir da década de 90, houve a popularização das motocicletas."

Segundo Jacobo, a instalação de indústrias de ciclomotores no país e os fortes incentivos fiscais fizeram da motocicleta uma saída para as pessoas que não podiam comprar um automóvel. "Com o incentivo do governo, começou-se a reduzir o custo da motocicleta e da manutenção. Foi uma maneira de substituir um transporte público, muito problemático, e driblar os problemas do trânsito urbano."

De acordo com dados do Departamento Nacional de Trânsito, em 1970, em um total de 2,6 milhões de veículos, só existiam registradas 62.459 motocicletas - 2,4% da quantidade de veículos. Em 1998, a quantidade de motocicletas subiu para 2,8 milhões, o que representa 11,5% da frota total do país. Em 2008, o número saltou para 13,1 milhões, representando 24% do total nacional de veículos.

Se, na década estudada, a frota de motos cresceu 368,8%, isto é, mais de quatro vezes e meia, a de automóveis aumentou 89,7%. De acordo com a pesquisa, a taxa de óbito dos motociclistas oscilou de um mínimo de 67,8 mortes a cada 100 mil motocicletas em 1998 a um máximo de 101,1, em 2002. A média da década é de 92,3 óbitos a cada 100 mil motocicletas registradas.

"O risco de um motociclista morrer no trânsito é 14 vezes maior que o de um ocupante de automóvel. Se essa tendência continuar, em 2015 a morte de motociclistas no trânsito vai superar os índices de todos os outros veículos juntos", afirmou Jacobo.

Acidentes com automóvel - A pesquisa também indica que o processo inverso ocorreu com os automóveis. A frota aumentou 88%, e as vítimas de acidentes com automóvel, 57%. Entre 1998 e 2008, o número de vítimas de automóvel oscilou de um mínimo de 32,5 em 2008 a um máximo de 41,5 em 1999, com média decenal de 38 mortes por grupo de cada 100 mil automóveis registrados.

O estudo do Instituto Sangari divulgado nesta quarta-feira (13) mostra que Maringá possui o 45º maior índice de óbito de pedestres de todo o Brasil. O estudo analisou dados de 2008 em cidades com população acima de 25 mil habitantes. Neste período foram registrados 44 óbitos de pedestres no trânsito na cidade, resultando em uma taxa de 13,4 mortes para cada 100 mil habitantes.

A cidade está também entre as 160 cidades com maior índice de morte de motociclistas no Brasil, ocupando a 158ª posição. Entre os óbitos de ocupantes de automóveis, a cidade fica em 273º lugar.

Maringá fica com a sétima posição entre as maiores taxas de morte entre pedestres no Paraná. As cidades mais violentas neste aspecto são: Campina Grande do Sul (com o maior índice do País), Campo Mourão, Ponta Grossa, Campo Largo, Francisco Beltrão e União da Vitória.

Campina Grande do Sul também é a cidade com maior índice de mortes de ocupantes de automóveis no Paraná, com o 5º lugar no ranking nacional.

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